Este material está em revisão, mas por nossa pressa em colocá-lo, vai assim mesmo.
>>>> A INDUSTRIALIZAÇÃO NO JAPÃO
o Japão ou Nippon ("sol nascente") é um país de civilização milenar, marcada em seus primórdios por forte influência cultural da China.
Alternando longos períodos de governo imperial e militar (xogunato), foi somente no século XVI que os japoneses fizeram contato com os povos ocidentais (europeus, especificamente). Esses contatos resultaram da presença, no Japão, de comerciantes e missionários católicos portugueses (1543), depois espanhóis e holandeses.
Pode-se dizer que somente a partir dessa época os japoneses se iniciaram nas artes da construção naval de maior porte e da navegação de longo curso, e conheceram as armas de fogo utilizadas pelos europeus. Entretanto, por razões políticas e religiosas, de 1637 (xogunato de Tokunawa) a 1853 (abertura do comércio ao Ocidente), o Japão permaneceu praticamente isolado o resto do mundo, evitando a interferência das potências expansionistas ocidentais.
País de estrutura feudal, economia agrícola e regime militar, após 1868, com a subida ao poder do jovem imperador Matsuhito (início da Era Meiji), o Japão abriu-se definitivamente para o Ocidente, dando início ao processo de industrialização e modernização que conhecemos atualmente.
Para tanto, foi necessário romper com as estruturas arcaicas até então dominantes no país. Em outras palavras, procedeu-se a uma verdadeira revolução em quase todas as estruturas e setores essenciais ao desenvolvimento do país: extinção dos domínios feudais e da hierarquia social, modernização do Estado, criação de infra-estrutura industrial, profunda e rigorosa reforma educacional, preparação de educadores, técnicos e cientistas, rigorosa disciplina moral, forte apelo ao nacionalismo etc.
A Era Meiji (1868-1912)
Nesta fase, as empresas industriais foram constituídas pelas antigas famílias enriquecidas no período anterior por meio do comércio, da renda fundiária ou mesmo da manufatura, lembrando que uma das mais tradicionais do país é a manufatura têxtil. Essas famílias formaram, no início, quatro grandes grupos empresariais familiares, os chamados zaibatsu: Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo e Yasuda.
Sendo um país carente de recursos naturais, como ferro e carvão, e tendo em vista seu rápido crescimento industrial, o Japão lançou-se à corrida imperialista-colonialista. Em 1894 provocou uma guerra contra a China (pelo domínio da Coréia), derrotando-a em 1895. Ocupou, então, a porção Nordeste da China (Manchúria), que é rica em minérios. Em 1904-1905 foi a vez da Rússia. Ao avançar sobre as áreas de interesse do Japão (Manchúria, Coréia etc.)a Rússia acabou sendo derrotada pelos japoneses, perdendo parte das Ilhas Sakalinas.
Assim, o Japão acabou por conquistar uma considerável área (cerca de 3 mil km2) para satisfazer suas necessidades econômicas (matérias-primas == mercados consumidores). O resultado foi que o Japão chegou à Primeira Guerra Mundial na condição de importante potência mundial, marcando definitivamente sua presença entre as principais potências.
A industrialização japonesa após a Segunda Guerra Mundial
Após a derrota na Segunda Guerra Mundial, em 1945, o Japão ficou sob ocupação militar dos EUA até 1951, quando foi assinado o Tratado de Paz de São Francisco, na Califórnia. As principais conseqüências econômicas da Segunda Guerra Mundial para o Japão foram:
• queda na produção industrial;
• perda do domínio de áreas produtoras de matérias-primas industriais;
• dissolução dos conglomerados empresariais (zaibatsu);
• destruição de grande parte de seu parque industrial, das ferrovias e c instalações portuárias;
• proibição de produzir armamentos;
• controle das atividades econômicas pelos Estados Unidos até 1951.
A reconstrução do parque fabril japonês só ocorreu após 1950. Durante a década de 1950 os esforços foram canalizados para a normalização das atividades industriais do país. Para esse empreendimento, o Japão contou com vultoso financiamento externo, principalmente dos EUA. Em 1960 o país iniciou a retomada do crescimento industrial, realizando o chamado "milagre japonês". Na década de 1980, o Japão já se colocava entre os maiores produtores industriais do mundo.
Os fatores que possibilitaram a rápida expansão industrial japonesa foram a abertura de mercado nos moldes estadunidenses, a intensa exploração dos trabalhadores, a qualificação de uma grande parcela da abundante mão-de-obra, a elevada poupança interna, a importação de matéria-prima industrial (petróleo, ferro, carvão, bauxita, cobre etc.), a redução quase total dos gastos militares, a reorganização dos grandes trustes (zaibatsu) e os financiamentos externos. A intervenção do governo (representado pelo poderoso Ministério da Indústria e o Comércio Exterior), que organizou o sistema produtivo, além de fornecer financiamentos e subsídios, foi decisiva para o impulso industrial.
O sucesso do avanço industrial japonês deveu-se, além desses fatores, à reestruturação e à modernização da organização industrial e ao domínio do processo de fabricação. Observe, a seguir, outras características da industrialização japonesa.
• Destino da produção - Investiu-se na produção em larga escala para conquistar o mercado externo, principalmente o asiático.
• Tecnologia - Antes no papel de importador, o Japão passou a dominar gradativamente a produção de tecnologia e a aplicá-la na fabricação de produtos mais complexos. Passou, por exemplo, da eletrônica à produção de circuitos integrados, depois para as telecomunicações e para a informática, até chegar à indústria aeroespacial Atualmente produz mercadorias utilizando tecnologia de ponta e tem papel de destaque no mercado e na comunidade científica internacional, dominando ramos importantes, como o de supercomputadores e robótica, além de se destacar na microeletrônica e na informática.
• Organização da produção - Preocupação constante com qualidade e prazo de relações estreitas com parceiros comerciais; implantação de grandes unidades fabris ao lado de pequenas e médias empresas, subempreitadas por aquelas. As inovações introduzidas na organização da produção com base no toyotismo - treinamento constante dos operários fixos para o exercício de diversas funções e a operação de novas máquinas com ajustes flexíveis e rápidos, diminuição de estoques, atendimento às variações de preferência dos consumidores (just in time) - permitiram a redução de custos e prazos e um aumento na qualidade e na diversificação dos produtos.
• Organização empresarial - Baseada em vínculos do trabalhador com a empresa, que representa para o funcionário o local não apenas de trabalho, mas também de integração pessoal e familiar, bem como de realização profissional. As empresas investem em formação profissional em todos os ramos da economia que requerem qualidade e precisão.
O Japão é hoje um dos países mais ricos do mundo. Sua economia (7,1% do PIB mundial, segundo o L'état du monde 2004) é comparável à da França e da Alemanha reunidas. É a segunda potência tecnológica e econômica do mundo, depois dos EUA. Sua economia é controlada por grandes grupos, como Mitsui, Mitsubishi, Itochu, Marubeni, Sumitomo, Toyota Motors Co., Nissho Iwai entre outros.
Os dados a seguir, do Calendário atlante De Agostini 2004, nos dão uma idéia da importância e do vigor da indústria e da própria economia do Japão nos dias atuais.
• O Japão ocupa o primeiro lugar mundial nos setores automobilístico (produz mais que os EUA), de tratores, navios, robôs, ferramentas, relógios, aparelhos fotográficos, chips, entre outros. Ocupa o segundo lugar na produção de pneus, veículos comerciais e aço. Conta com uma importante indústria pesqueira, ocupando o terceiro lugar no mundo.
• A tecnologia japonesa concorre com a dos EUA. O Japão é uma potência tecnocientífica, tendo diversos tecnopólos espalhados por seu território como em Ube, Hiroshima, Tsukuba, Toyama e Nagaoka.
• É o eixo de uma importante zona de prosperidade econômica que inclui os Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Taiwan, Região Administrativa Especial Hong Kong e Cingapura) e os Novos Tigres (Malásia, Indonésia, Filipinas e Tailândia).
• Conta com 22 das 100 maiores empresas transnacionais (sete das quatorze maiores são japonesas) e com poderosos bancos, como o Sumitomo e o Bank of Tokyo Mitsubishi.
AS CATORZE MAIORES EMPRESAS DO MUNDO (2000) Empresa País Rendimentos (em milhões de dólares)
1. General Motors EUA
2. Wal-Mart Stores EUA
3. Exxon EUA
4. Ford Motors EUA
5. DaimlerChrysler Alemanha
6. Mitsui Japão
7. Mitsubishi Japão
8. Toyota Motor Japão
9. General Electric EUA
10. Itochu Japão
11. Royal Dutch/Shell Group Reino Unido/ Países Baixos
12. Sumitomo Japão
13. Nippon Telegraph Telephone Japão
14. Marubeni Japão
Fonte: Enciclopédia do mundo contemporâneo. São Paulo: Publifolha; Rio de Janeiro:Terceiro Milênio, 2000. p.61.
Na década de 1990 a economia japonesa já não era capaz de crescer tão vertiginosamente como nos quarenta anos anteriores e começou a mostrar sinais de crise. Chamada de bolha especulativa, a abundância de capitais levou a investimentos no mercado imobiliário e na bolsa de ações, supervalorizando os ativos (ações e imóveis). Com a crise, teve início a venda de ativos e os preços desabaram. O setor mais atingido foi o bancário. O PIB japonês também apresentou baixo crescimento nessa década. Como conseqüência, houve queda nas exportações e no consumo interno e aumento do desemprego, que atingiu 5,7% em 2002. Na década de 1990 foram adotados pacotes de estímulo à economia, mas estes não conseguiram reverter o quadro de crise e aumentaram a dívida pública, que passou a ser a mais alta entre os países industrializados (140% do PIB).
Embora as pequenas e médias empresas industriais se encontrem disseminadas por todo o território, alguns centros destacam-se quanto à produção industrial.
A área de maior concentração industrial é o eixo Tóquio-Osaka, com 50% do valor da produção. Estão neste eixo centros como Nagoya, Kobe, Kyoto, Nara e Kamakura. Além desse eixo, há outros importantes centros, como Sapporo (na ilha de Hokkaido), Kitakyushu (na ilha de Kyushu), Ube e Shimonoseki (no Sul da ilha de Honshu).
Os complexos industriais japoneses encontram-se nas planícies litorâneas, o que facilita a recepção de matérias-primas e a exportação de produtos industrializados. Nas regiões portuárias destaca-se a indústria naval.
>>>> CANADÁ: INDÚSTRIAS
O Canadá integra o seleto grupo das sete maiores potências mundiais e é um dos países do mundo com maior quantidade e variedade de recursos naturais. Esses fatores possibilitaram o desenvolvimento de uma grande e diversificada produção industrial. Além de ter o quarto melhor Índice de Desenvolvimento Humano do mundo (IDH), segundo o Relatório do desenvolvimento humano 2004, possui elevado nível científico e tecnológico e alto grau de concentração da produção e do capital.
O país exporta em larga escala vários recursos energéticos (petróleo, carvão, gás, urânio) e minerais (níquel, zinco, prata, ouro, ferro), além de pescado, madeira, peles e tem se destacado também no setor de alta tecnologia.
Embora a industrialização canadense tenha se iniciado antes da Primeira Guerra Mundial, foi a partir da Segunda Guerra que o país implantou as bases de seu grande e dinâmico parque industrial. Para isso, o Canadá contou com seus abundantes e variados recursos naturais, além de um grande volume de capital estrangeiro, sobretudo dos EUA, que controlam grande parte da economia canadense (mineração, indústrias etc.). De fato, as principais atividades industriais do Canadá estão relacionadas ao aproveitamento de seus recursos naturais.
As principais indústrias canadenses são a madeireira, a metalúrgica, a alimentícia, a siderúrgica, a química, a petroquímica, a mecânica e a de alta tecnologia. O Canadá ocupa o quarto Lugar mundial na produção de papel e de veículos comerciais e o sétimo em pneus (Calendário atlante De Agostini 2004).
A indústria madeireira resulta do aproveitamento das imensas florestas de coníferas. Além da produção e da utilização da madeira propriamente dita, o Canadá é grande produtor de papel-jornaL.
A indústria metalúrgica se baseia no aproveitamento dos recursos minerais metalúrgicos existentes no país. A principal exceção é a indústria do alumínio que, apesar de ser uma das mais importantes, depende da importação da bauxita. Em compensação, o país dispõe de um imenso potencial hidráulico, que é aproveitado na geração da hidroeletricidade, já que a indústria do alumínio é grande consumidora de eletricidade.
A indústria alimentícia fundamenta-se na grande produção agropecuária e pesqueira do país.
A indústria de alta tecnologia apresenta grande crescimento: informática e eletrônica (nas províncias de Calgary, Winnipeg, Toronto e Montreal), aeroespacial (em Quebec e Montreal), biotecnologia, telecomunicações e outras.
Embora forte e dinâmica, a economia canadense é altamente dependente dos EUA, de quem recebe vultosos investimentos e para onde destina a maior parte de suas exportações. As áreas de maior desenvolvimento industrial localizam-se próximo à fronteira com os EUA, com destaque para as províncias de Montreal, Toronto, Winnipeg e Vancouver.
>>>>> A INDUSTRIALIZAÇÃO EUROPÉIA
Os primeiros países a se industrializar pertenciam ao continente europeu até hoje um dos mais importantes parques industriais do mundo. A consolidação da União Européia (UE), a integração dos mercados e o estabelecimento da moeda única, o euro, fortaleceram ainda mais a economia dos países ê Europa. As empresas européias iniciaram, por meio de fusões, um processo de concentração que fez crescer uma classe empresarial mais européia e menos apegada aos Estados nacionais.
O espaço de economia mais dinâmica da Europa, do qual fazem parte países altamente industrializados, como Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo, conta com importantes centros tecnológicos e indústrias de ponta (informática, engenharia genética, aeroespacial, nuclear etc.) ao lado de indústrias clássicas (siderúrgica, química, automobilística, têxtil, alimentícia etc.).
Alemanha
Até a sua unificação, em 1871, a Alemanha era constituída por vários Estados autônomos liderados pela Prússia e pela Áustria. Em 1834, os Estados germânicos estabeleceram um acordo aduaneiro (Zollverein) que deixava de lado a Áustria e fortalecia a Prússia. Este acordo contou condições para o desenvolvimento econômico nesses Estados.
Já por volta de 1869, devido às imensas jazidas de carvão e ferro existentes no Vale do Ruhr e a um sistema de transporte fluvial e ferroviário bem estruturado, alguns desses Estados desenvolveram as indústrias siderúrgica, metalúrgica e química (ramos da indústria pesada), além da têxtil.
Em 1871, já unificada e contando com um parque industrial, a Alemanha, assim como os demais países europeus, lançou-se à expansão imperialista, entrando em confronto com a França e a Inglaterra e levando toda a Europa à Primeira Guerra Mundial. Apesar de derrotados pela Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia), os alemães reorganizaram seu parque industrial nos moldes anteriores à guerra.
Novamente os choques de interesses entre as potências industrializadas se agravaram e, em 1939, irrompeu a Segunda Guerra Mundial, que terminou em 1945 com nova derrota da Alemanha.
Após a Segunda Guerra, a reorganização da indústria alemã - bem como de toda a sua economia - foi efetuada em novas bases, visto que o capitalismo alemão passou a enfrentar uma nova realidade, a saber:
• o centro de comando do sistema capitalista, antes europeu, deslocou-se para os EUA;
• na fronteira leste da Alemanha surgiram vários Estados socialistas liderados pela União Soviética, que já era uma grande potência na época;
• desde 1949, a Alemanha ficou dividida em dois Estados, a República Federal da Alemanha (capitalista), a Oeste, e a República Democrática Alemã (socialista), a Leste;
• fazendo frente à pressão que os soviéticos pudessem exercer sobre a Europa Ocidental, os estadunidenses tomaram várias medidas, entre elas a ajuda econômica para a reconstrução da Europa por meio do Plano Marshall.
Características da industrialização alemã
A Alemanha Ocidental teve seu desenvolvimento industrial e econômico beneficiado por vários fatores:
• ficou com a região da Renânia, onde se localizavam as jazidas de carvão e de ferro e as principais instalações industriais do período anterior à guerra;
- recebeu financiamentos de capitais estadunidenses para sua reconstrução;
• não teve gastos nem investimentos na área militar, devido à proibição por parte das potências vitoriosas na Segunda Guerra Mundial;
• criou, junto com França, Itália, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo, duas importantes organizações econômicas que muito contribuíram para o seu desenvolvimento: a Comunidade Européia do Carvão e do Aço (Ceca), em 1952, e a Comunidade Econômica Européia (CEE), em 1957.
Com isso, a Alemanha Ocidental experimentou na década de 1950 um intenso e rápido desenvolvimento, realizando o seu "milagre econômico". Tanto que chegou ao início da década de 2000 na condição de terceira potência mundial, atrás dos EUA e do Japão, e constituindo-se num dos pólos de poder do mundo atual.
Em 1990, com a reunificação das duas Alemanhas, teve início a privatização de empresas estatais do lado oriental. Diversas indústrias que operavam com tecnologia antiquada e provocavam altos índices de poluição foram fechadas. Este fato, aliado à automação da produção, provocou desemprego. Dez anos após a queda do Muro de Berlim, que abriu o processo de reunificação, a Alemanha ainda contava com mais de 4 milhões de pessoas desempregadas. No entanto, a economia alemã está aos poucos conseguindo realizar a integração entre as "duas Alemanhas" .
A indústria alemã é muito sólida e desenvolvida, contando com uma produção diversificada. A integração européia abriu novos mercados e perspectivas dentro do bloco econômico europeu para a liderança alemã, que conta com grandes empresas, como Daimler Chrysler, Volkswagen, Siemens, Allianz entre outras. Por outro lado, com a globalização da economia, diversas empresas alemãs têm se associado com empresas estadunidenses e japonesas, como é o caso da Basf e da Nixdorf, que se aliaram à Hitachi, e da Siemens, que se associou à Fujitsu.
Quanto à localização das principais áreas industriais alemães, temos:
• Porção Oeste - É a mais importante do país, destacando-se a região situada entre a Renânia do Norte e a Vestfália, no curso inferior do Rio Reno e no Vale do Ruhr. Isso se deve a fatores como a existência de tradição industrial, a presença de jazidas de carvão mineral e de ferro e a navegabilidade do Rio Reno, que corta a região e desemboca no Mar do Norte, nos Países Baixos, próximo ao porto de Roterdã, o maior do mundo em movimento de cargas (segundo dados de 2002). Nesta região aparecem importantes cidades, como Bonn, Colônia, Dusselford, Essen, Dortmund e outras.
• Porção Norte - Corresponde à região da Saxônia, onde se destacam cidades como Hannover, Bremen e Hamburgo.
• Porção Centro-Sul- Apresenta também grandes concentrações industriais e importantes cidades, como Frankfurt e Manheim (no centro), e Stuttgart, Baden e Munique (no sul).
Embora as indústrias ainda se concentrem na região da Renânia, seguindo a tendência mundial, ultimamente tem ocorrido a modernização do parque industrial alemão e uma relativa dispersão das indústrias. Uma ramificada rede de vias de circulação facilita este processo.
Cidades industriais médias e pequenas espalharam-se pelo país sediando setores tecnológicos de ponta como, por exemplo, Berlim, Weimar, Munique, Dresden, Leipzig (eletrônica, eletroeletrônica, mecânica de precisão entre outros); Stuttgart, onde está localizada a maior empresa transnacional alemã - a Daimler Chrysler -, que fabrica os automóveis de luxo Mercedes-Benz; Frankfurt (indústria naval); Munique, um dos maiores parques tecnológicos europeus, especializado em telemática e biotecnologia e centro de indústrias químicas, como a Bayer.
A Alemanha é a primeira produtora mundial de fibras artificiais; segunda em automóveis; quarta em navios; quinta em papel, pneus e bicicletas. (Calendário atlante De Agostini 2004).
Reino Unido
O Reino Unido é formado pela união dos três estados que compõem a ilha da Grã-Bretanha - Inglaterra, Escócia (desde 1707) e País de Gales (desde 1536) - e pela Irlanda do Norte (ou Ulster, incorporada à união em 1800), que luta por sua independência. As Ilhas Britânicas, por sua vez, são formadas pelo Reino Unido somado à República da Irlanda (ou Eire).
A primeira indústria a se desenvolver na Inglaterra foi a têxtil, na segunda metade do século XVIII, sendo que os primeiros teares eram produzidos artesanalmente.
As indústrias inglesas instalaram-se inicialmente no centro do país, próximas às jazidas de carvão de Yorkshire, Lancashire, Midlands, entre outras áreas industriais tradicionais, atualmente em decadência.
Durante mais de um século a Inglaterra dominou com exclusividade a produção industrial, organizada para viabilizar a maior concentração de capital
Possuidora de carvão, capital e tecnologia, a Inglaterra (e posteriormente as demais nações desenvolvidas) fortaleceu gradativamente as indústrias de base, somando-as ao domínio sobre as indústrias de bens de consumo (como a têxtil).
Na Segunda Revolução Industrial, as indústrias passaram a ser instaladas perto de portos como Liverpool, Glasgow e Londres.
Na condição de maior potência industrial e imperial, a Inglaterra passou a importar, principalmente de suas colônias de clima temperado, alimentos e matérias-primas que seriam transformadas industrialmente para abastecer os mercados interno e mundial. A concentração e a acumulação de capitais permitiram ao capitalismo britânico criar trustes e cartéis e estabelecer monopólios e oligopólios. O acirramento das disputas pelos mercados consumidores e pelos domínios coloniais entre as principais potências européias acabou contribuindo para a eclosão das duas guerras mundiais do século XX.
Após as guerras mundiais ocorreu o enfraquecimento econômico e industrial do Reino Unido e a conseqüente perda de sua hegemonia mundial em favor dos Estados Unidos, a nova potência mundial emergente.
O Reino Unido foi também superado pelos países que apresentaram um grande desenvolvimento tecnológico, industrial e econômico a partir da década de 1960, como o Japão e a Alemanha, e mais recentemente pela França e pela Itália.
Atualmente, as regiões metropolitanas de Londres e Birmingham são os principais centros industriais, polarizando cidades menores. Abrigam modernas e diversifica das indústrias como a automobilística, a mecânica de precisão, a eletrônica, a aeronáutica, a de transporte etc.
É importante ressaltar que o Reino Unido ainda é uma das grandes potências da União Européia, embora resista em adotar a moeda única, o euro, em substituição à libra esterlina. Ultimamente tem se alinhado com os Estados Unidos, como no caso dos bombardeios contra o Iraque (1991, 1998 e 2003), a Iugoslávia (1999) e o Afeganistão (2001).
Em 2002, o PIB do Reino Unido era o quarto do mundo. De acordo com o Calendário atlante De Agostini 2004, é o oitavo produtor mundial de automóveis e o décimo de pneus. Observe a figura 18.14 com as principais áreas industriais do Reino Unido.
França
A França só iniciou sua industrialização de forma sistemática a partir da segunda metade do século XIX. Esse retardamento industrial deveu-se a alguns obstáculos, tais como a longa duração do Antigo Regime, que só foi derrubado pela Revolução Francesa em 1789, o fato de a França ser um país rural ainda no século XVIII, a tradição de pequenas indústrias artesanais (que dificultou a acumulação de grandes capitais) e a demora em iniciar a exploração de carvão mineral.
Com o aproveitamento das jazidas de ferro e de carvão do Noroeste e do Norte do país, a siderurgia e a metalurgia tiveram grande desenvolvimento. A exemplo do Reino Unido, a França também organizou um importante império colonial para se abastecer de matérias-primas e ampliar seu mercado consumidor.
Após a Segunda Guerra Mundial, vários fatores aceleraram o crescimento e a modernização da indústria francesa. Os principais foram:
• o rápido crescimento e a concorrência da indústria alemã;
• o aumento populacional resultante do crescimento da taxa de natalidade e do retorno de grandes contingentes populacionais das ex-colônias, pressionando o mercado de trabalho;
• a ajuda financeira dos EUA (por meio do Plano Marshall).
O crescimento industrial francês foi acompanhado pela modernização do setor energético, desde a indústria carbonífera e a implantação de hidroelétricas nos Alpes até a construção de usinas nucleares. Uma das características desta nova fase foi o desenvolvimento de setores altamente sofisticados, com a incorporação de tecnologias bastante avançadas.
Atualmente, o parque industrial francês distribui-se por quatro áreas principais.
• Região Parisiense - Continua a ser a mais importante região industrial da França, com indústrias diversificadas e modernas. Encontram-se aí quase todos os ramos industriais, do têxtil ao aeronáutico.
• Região Nordeste - Principal área siderúrgica, importante quanto aos produtos derivados de carvão e de ferro, e da indústria química. Tem como principais centros Nancy, Lorena e Estrasburgo.
• Região Norte - Trata-se de uma região carbonífera de grande diversificação industrial, onde se destacam os ramos siderúrgico, metalúrgico, químico, têxtil entre outros. Os principais centros industriais são Amiens, Lille, Dunquerque e Reims.
• Região de Lyon - Destaca-se pelas indústrias de bens de produção, química e mecânica de precisão.
Além destas regiões, destacam-se os tecnopólos de Nice e Toulouse (aeroespacial).
A França é a quarta produtora mundial de pneus e automóveis, a sétima produtora mundial de rádios e a oitava produtora de veículos comerciais (Calendário Atlante De Agostini 2004).
A ITALIA:
A exemplo da Alemanha, a Itália só conheceu o desenvolvimento industrial após sua unificação política, em 1870. Mesmo assim, a industrialização do país foi prejudicada e até retardada em relação aos outros países europeus em virtude, sobretudo, da escassez de energia e de matérias-primas (jazidas de carvão e de ferro).
Antes da Segunda Guerra Mundial a Itália já possuía os setores têxtil e alimentício bastante evoluídos, mas as indústrias de base (siderurgia e outras) ainda estavam pouco desenvolvidas.
Ao término da guerra, o desenvolvimento industrial italiano sofreu grande incremento, principalmente com a entrada de capitais estadunidenses (Plano Marshall) e a ampliação do mercado consumidor.
Nas últimas décadas, contando com a ajuda de capital externo, forte participação do Estado e avanço tecnológico, o país modernizou e diversificou seu parque industrial. Apresenta o quinto maior PIB do mundo (2002).
País marcado por grande contraste geoeconômico entre o norte (industrial) e o sul (agrícola), a Itália apresenta seu parque industrial concentrado no norte do país, onde se destacam Turim, Bolonha (indústria automobilística), Milão (centro industrial, financeiro e comercial), Gênova (indústria naval) e Veneza (siderurgia). Na porção central (Roma e proximidades) destacam-se os ra mos têxtil, mecânico, automobilístico e químico,
A Itália é a terceira produtora mundial de pneus, a quarta de automóveis, a sétima de rádios e a oitava de papel.
A FEDERAÇÃO RUSSA E A COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES (CEI)
A análise do passado histórico mostra que, em comparação com os países europeus ocidentais, a Rússia sempre foi marcada por considerável atraso social, político e econômico, decorrente, entre outras, das seguintes causas:
• excesso de poder e riqueza nas mãos do Estado, em contraste com a situação de miséria da grande massa de camponeses e trabaLhadores em geraL;
• existência de uma nobreza formada não por meio da produção de riquezas ou do poder econômico, mas peLos favores do próprio Estado;
• miLitarização do Estado e da sociedade;
• inexistência ou extrema dificuLdade de mobilidade (ascensão) sociaL dos camponeses;
• Longos períodos de isoLamento em reLação ao restante do mundo.
Às vésperas da Primeira Guerra MundiaL, a Rússia era um país pouco indusstriaLizado. ALém disso, grande parte de sua frágil indústria era dominada por capitais estrangeiros e estava quase totaLmente concentrada na Ucrânia (Donbass), em Moscou e em São Petersburgo.
A expansão industrial da Rússia socialista
o desenvoLvimento industriaL da Rússia (principaL repúbLica da URSS a parrtir de 1922, denominada Federação Russa depois de 1991) só ocorreu de fato após a criação e a impLantação do primeiro Estado sociaLista do mundo. Apeesar de desencadeada em outubro de 1917, foi somente em 1921 que a RevoLuução SociaLista de fato se consoLidou. A partir de então, a reorganização da indústria e da própria economia do país - seriamente afetadas peLa Priimeira Guerra Mundial e peLa guerra civil (1918-1921) - começou a ser feita por meio da impLantação da Nova Politica Econômica (NEP).
Durante o período de vigência da NEP (1921-1927), o governo restaurou aLgumas práticas capitalistas; entretanto, taL fato não impediu que essa política aLcançasse grande sucesso econômico. Nesse período, aproveitando as grandes jazidas minerais e combustíveis do país, os maiores investimentos foram dirigiidos aos setores considerados fundamentais, como a produção de matérias-primas, energia e aquisição de maquinaria pesada, aLém da produção de alimentos.
Por serem setores estratégicos e necessários à defesa do país, a indústria de base (siderurgia, metaLurgia, química, energia etc.) e o ramo dos transporrtes tiveram grande desenvolvimento, enquanto as indústrias de bens de connsumo ficaram relegadas a. segundo plano.
A partir de 1928 teve início a planificação econômica. Com a impLantação de pLanos qüinqüenais, sob a orientação e o controle do Estado soviético, o desenvolvimento industrial foi grande, até ser seriamente abalado pela Se-
gunda Guerra Mundial. Do final da guerra até 1950 os esforços concentrarammse em reconstruir e reinstalar o parque industrial semidestruído. A partir daí, os principais objetivos passaram a ser: a produção de equipamentos industriais, agrícolas e bélicos e o desenvolvimento do setor aeroespacial. Na década de 1960, a URSS já era a segunda potência industrial do mundo.
A Rússia após o fim da União Soviética
Após meio século de crescimento o império soviético se desmantelou e a situação se modificou muito. A transição para o capitalismo deixou graves seqüelas. O capital internacional não investiu significativamente na compra e na modernização das indústrias e das empresas estatais. Muitas delas viraram sucata ou tiveram de fechar as portas, lançando seus trabalhadores nas filas de desempregados. Os conflitos étnicos se multiplicaram. O fim do Comecom (mercado comum do bloco socialista) agravou ainda mais a situação, pois as matérias-primas e os produtos industrializados deixaram de ser comercializados entre esses parceiros comerciais.
Mesmo assim, a Federação Russa é a quarta produtora mundial de energia elétrica, a quinta de fibras artificiais e a oitava de cimento (Calendario atlante De Agostini 2004).
A Rússia, junto com onze das quinze repúblicas que constituíam a União Soviética, formaram, em 1991, a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Com a liberação dos preços, o fim dos subsídios e as privatizações desordenadas, os problemas e a crise econômica se agravaram e a qualidade de vida tem piorado não só na Federação Russa, mas em todas as repúblicas que compunham a URSS, além dos países da Europa Oriental. Dificuldades econômicas internas, queda nas exportações e declaração de moratória fizeeram da Federação Russa o centro de uma crise financeira de alcance interrnacional em 1998.
Os países da CEI ainda possuem um grande arsenal nuclear e aeroespacial.
No entanto, o atraso tecnológico e a falta de conservação das indústrias e do material bélico podem gerar desastres, assim como acidentes nucleares e ecoológicos.
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