Em conseqüência de fatores variados, a diversidade climática do território brasileiro é muito grande. Dentre eles, destaca-se a fisionomia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica das massas de ar. Este último fator é de suma importância porque atua diretamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, provocando as diferenciações climáticas regionais. As massas de ar que interferem mais diretamente na distribuição do clima brasileiro são a equatorial continental (mEc), equatorial atlântica (mEa), a tropical continental (mTc), tropical atlântica (mTa) e a polar atlântica (mPa).
O Clima Equatorial Úmido é denominado pela atuação da massa Equatorial continental durante todo o ano, o que produz um clima quente e chuvoso caracterizado pela pequena amplitude térmica. As chuvas são resultado da convecção (ascensão vertical do ar e conseqüente condensação) da umidade, que provoca precipitações consideráveis em todos os meses, com médias anuais superiores a 2.000 mm.
O Clima Litorâneo Úmido, dominado principalmente pela atuação da massa Tropical atlântica, é quente e chuvoso. A pluviosidade média anual varia entre 1.500 a 2.000 mm.
No verão, a massa Tropical atlântica avança sobre as regiões costeiras. O encontro dessa massa com as escarpas planálticas (Serra da Borborema, Chapada Diamantina, Serra do Mar e Serra da Mantiqueira) provoca um fenômeno conhecido como chuvas orográficas ou de relevo: ao encontrar uma barreira, o ar úmido se eleva e o vapor d'água condensa. O resultado é a elevada precipitação registrada nessas regiões.
O Clima Tropical caracteriza-se por apresentar invernos secos e verões chuvosos. A pluviosidade média anual situa-se em torno dos 1.500 mm. No verão, ele é dominado pela massa Equatorial continental e pela massa Tropical atlântica. O calor do continente aquece as bases dessas massas de ar, provocando um movimento ascencional da atmosfera e favorecendo a instabilidade e a ocorrência de pancadas de chuvas (convectivas).
No inverno, a massa Equatorial recua, limitando a sua esfera de influência à Amazônia. A massa Polar atlântica avança e se divide em dois ramos. O primeiro deles penetra pelo Pantanal em território brasileiro causando ondas de frio no Centro-Oeste e, as vezes se estende até o norte provocando a "friagem". O segundo avança pela calha do Rio Paraná, provocando geadas ocasionais no Estado de São Paulo. O avanço da massa de ar polar provoca um fenômeno conhecido como frente fria: o ar frio desloca a massa Tropical atlântica e permanece estacionário, causando declínios acentuados na temperatura. O encontro de duas massas de ar diferentes provoca as chuvas frontais.
Os planaltos e serras do sudeste costumam apresentar médias térmicas menores que o conjunto da área abrangida pelo Clima Tropical devido a altitude. Muitos autores utilizam o termo Tropical de Altitude para designar o clima dessa região.
O Clima Tropical Semi-Árido abrange a área do Sertão nordestino. Essa área funciona como um centro dispersor de massas de ar, apresentando menores médias pluviométricas que as vigentes no resto do país. As chuvas não ultrapassam a barreira dos 750 mm/ano e apresentam-se irregularmente distribuídas.
No verão ocorre a penetração da massa Equatorial continental, que já perdeu grande parte da umidade. Devido às chuvas resultantes da atuação da massa Equatorial, os habitantes da região chamam essa estação de "inverno". No inverno de verdade, ocorre o avanço da massa Tropical atlântica, estável, pois já perdeu muito de sua umidade nas áreas serranas próximas ao litoral. A famosa seca ocorre quando nenhuma dessas massas de ar traz chuvas durante período longos, de um ano ou mais.
O Clima Subtropical Úmido é dominado pela massa Tropical atlântica, mas está sujeito à penetração da massa Polar atlântica, principalmente no inverno. Apresenta as maiores amplitudes térmicas entre os climas brasileiros: os verões são quentes e os invernos são frios. A média pluviométrica é elevada (aproximadamente 1.500 mm) não havendo estação seca. No verão a massa Tropical atlântica provoca chuvas devido ao aquecimento do continente. No inverno, ocorre o avanço da massa Polar atlântica. O encontro dessas massas de ar diferentes provoca chuvas frontais. Depois das chuvas, a massa Polar permanece estacionária e ocasiona ondas de frio de intensidade e duração variáveis. É quando ocorrem as geadas e, em algumas regiões, a queda de neve em algumas cidades do Sul do Brasil.
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