DEZ professores do Centro de Ensino "Raimundo João Saldanha" (Rosário) vêm a público prestar os seguintes esclarecimentos e narrar os lamentáveis fatos ocorridos recentemente naquele estabelecimento de ensino a toda Categoria de Trabalhadores da Educação e sociedade
organizada, assim como repudiar as medidas ad referendum impostas pela gestora de educação daquela Unidade Regional, Márcia Paiva, aos DEZ professores, a saber:
1. A comunidade escolar foi surpreendida com a exoneração, sem justa causa aparente, da professora Maria de Jesus Cunha, informada por fax, dia 07.05.08, assinada pelo secretário de educação Lourenço V. da Silva, a pedido da gestora de educação da Unidade Regional de Educação de Rosário, professora Márcia Helena P. Souza;
2. Naquele mesmo dia, a gestora de educação, Márcia Paiva, já designava uma Comissão Interventora, com o intento de fazer valer as ordens da Unidade Regional;
3. Não convencidos dos motivos verbais alegados que resultaram na exoneração da diretora da escola, os professores convocaram os alunos e administrativos para uma Assembléia Geral e, após várias calorosas intervenções de alunos, professores e representante da suposta Comissão Interventora, representada pela diretora de educação, Venúsia S. Sousa (esposa do vice-prefeito de Rosário), a Assembléia deliberou por não aceitar os motivos meramente verbais, solicitando-se o documento oficial comprobatório, assim como não legitimou a Comissão Interventora ali presente;
4. Na tentativa atropelada de referendar a Comissão Interventora, a gestora Márcia Paiva,
convocou o Colegiado Escolar (instância democrática deliberativa da escola), com o intuito do mesmo referendar tal Comissão. Tal tentativa foi rechaçada pelo colegiado no dia 08.05, e deliberou pela destituição da Comissão Interventora e sugeriu a formação de uma outra Comissão, indicada pela comunidade escolar;
5. Numa 23 tentativa desesperada de legitimar a Comissão Interventora, a gestora novamerite convocou o colegiado escolar na sexta feira dia 9.05, agora com a ajuda do aparato repressivo do Estado, "a polícia cidadã", convocada pela gestora de educação de Rosário, Márcia Paiva. Ali estavam reunidos: professores, alunos, administrativos e gestores, e, pasmem os senhore~, o aparato repressivo de Estado: a polícia militar armada. Mesmo assim, o Colegiado não se intimidou com a presença da polícia ( pra quê), e mais uma vez a Comissão Interventora foi rechaçada;
6. Segundo informações de populares, a gestora de educação encaminhou uma nota a rádio do município de Bacabeira, com um discurso inflamado a alunos e professores da escola Raimundo João Saldanha; àqueles que não se curvaram diante das medidas arbitrárias e antidemocráticas usadas pela gestora para fazer valer o seu intento de arbítrio;
7. No dia 12.05, aguardando uma resposta a favor da autonomia da escola e pluralismo de idéias e concepções pedagógicas (Art. 206 da CF), os professores decidiram ministrar aula até o 3° horário;
8. Logo depois, os alunos deliberaram, no seu fórum específico e legitimo, por ausentarem da escola por 03 dias (20.05), no intuito de pressionar e resolver logo tal impasse, gerado pela demissão sem causa aparente da diretora e pela imposição da Comissão Interventora, não legitimada pelo colegiado escolar;
9. No dia 14.05, ao ficar ciente da decisão da "greve" dos alunos, a gestora Márcia Paiva, mais uma vez usou do abuso de poder, lançando mão (de ferro) dos recursos do arbítrio e conseguiu afastar de suas funções os seguíntes professores (e pais de família): Araújo Jr (História), Manoel Izenilde (Geo), Josenilton Melônio (Hist.), Leonel Torres (Educ. física), Sílvia Cardoso (Artes), Fernando Marcelo (Bio), Amarildo Lima (Mat.) José Ribamar (Bio.),
Denílson (Port.) e Paulo (Quí), sob a alegação de "insubordinação" (Processo nO 26.556/08 e Comissão de Sindicância, Portaria n° 304, DO n° 094, do dia 16.05.08, com convocação já marcada para o dia 27.05, para se ouvir testemunhas, arroladas pelos "inquisitores"). E imediatamente, convocara professores contratados para substituírem os 1 O professores que não se calaram diante dos atentados à democracia.
/
Entendemos que tudo isso representa uma verdadeira "caça às bruxas", o retorno da inquisição da idade média, ou do período da ditadura militar no chamado ano de chumbo do AI5 dos anos 70 no Brasil militarizado.
Repudiamos as medídas arbitrárias e o autoritarismo impetrados pela gestora de educação da Regional de Rosário (Márcia Paiva), práticas abomináveis e há muito tempo varridas da nossa
sociedade. Pela restauração já da autonomia da escola e o retorno imediato dos 10 professores às suas atividades pedagógicas, sem penalidades para quaisquer que sejam. Viva a Democracia e o direito a livre manifestação de pensamento (Art. 5°, § IV da CF) e abaixo a repressão e a qualquer tipo de ameaça aos nossos direitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário